Matéria - Revista SuperGiro Temática
Editora SuperGiro Ltda. (Ano V No.53 - Novembro 2000 – página 17)
Os supérfluos que todo mundo compra
Lácteos e iogurtes estão entre os mais comprados. E isso pode ser apenas o começo.
Lácteos e iogurtes compõem uma categoria que há muito tempo deixou de ser um supérfluo na lista de compras das donas de casa, ou um grupo de produtos restritos apenas aos consumidores de maior poder aquisitivo. Hoje todos os consomem, independentemente do seu nível de renda ou de sua região.
Aliás, não há barreiras quando se fala em iogurtes. Segundo a pesquisa Consumer Check, entre os 100 produtos mais comprados tias regiões pesquisadas, o iogurte esteve entre a 14ª e a 22ª posição, ficando em patamares iguais aos de produtos que compõem a cesta básica, como arroz, feijão e óleo de cozinha.
Das regiões abrangidas pela pesquisa, a Norte foi a que apresentou o maior índice de compra. O produto foi o 14º mais vendido na região, seguido pelos índices do Nordeste e da Grande Rio de Janeiro (150), do interior de São Paulo e da região Centro-Oeste (17ª). No Centro-Leste, formado por Minas Gerais, Espírito Santo e interior do Rio de Janeiro, a pesquisa mostrou que esta categoria está em 18ª posição entre os 100 mais comprados. Por fim, o iogurte ficou na 22ª posição entre os 100 grupos de produtos mais comprados na Grande São Paulo. A partir desses dados, podemos supor que o iogurte se tomou um objeto de desejo entre os alimentícios. Ou seja, sempre que as condições financeiras permitem, o consumidor compra o produto, em maior ou menor quantidade, seja para ele, seja para os filhos.
Os fabricantes confirmam essa preferência com novos números. De acordo com suas informações, o mercado movimentou no ano passado 400 mil toneladas, representando um faturamento de R$ 2 bilhões. Para este ano, a expectativa é de que esses valores se repitam.
Um dos grandes motivos apontados para esse desempenho são as características do produto. Praticamente não há quem não goste de iogurte, seja pobre ou rico, adulto, idoso ou criança. “O seu grande apelo é ser um complemento alimentar, fortemente ligado à saúde e ao bem-estar, e que pode ser consumido como sobremesa ou até mesmo substituir uma refeição”, analisa Antonio Carlos Prado, diretor de marketing da Vigor (produtos ligados à saúde e bem-estar).
Mais do que isso, o iogurte se transformou em símbolo da preocupação das pessoas com uma alimentação saudável. Esse fator, muito bem explorado pelos fabricantes, levou à segmentação da categoria, hoje formada basicamente pelos iogurtes, iogurtes com polpa de fruta, bebidas lácteas, sobremesas, petit suisse e leite fermentado.
Sempre que pode, consumidor adquire o produto, para ele ou para os filhos
Neste universo tão segmentado, os pequenos supermercados levam uma vantagem sobre as grandes redes no que se refere à complementação e na conveniência das compras. Pela própria validade do produto e pelo espaço da geladeira em casa, o consumidor não sai estocando os refrigerados para o mês inteiro; ele os agrega nas compras mensais, mas principalmente utiliza-se da loja de vizinhança para a complementação destes produtos. Os fabricantes sugerem então que o auto-serviço até 10 checkouts perceba este fluxo e agregue mais valores ao consumidor, melhorando a qualidade de atendimento com amplo sortimento.